quarta-feira, 14 de abril de 2010

A Fortaleza dos Vencidos me venceu


Terminei de ler o livro de Nei Landro de Castro, a Fortaleza dos Vencidos. Bom. Bom livro. Mas tenho críticas a fazer.

A leitura dos livros de Nei (só li, além desse, As Pelejas de Ojuara) são gostosas, boa narrativa. Detalhes necessários sem muitos nhenhenhéns... A proximidade com os dois cenários do livro (Natal e Rio de Janeiro) me fez visualizar cada cena. A história permeada por detalhes históricos, principalmente da época da ditadura militar, também me agradou.

Mas vamos a crítica maior. Os personagens femininos do livro são de uma lamentável caricatura. Personagens amargos, que tirando os problemas sexuais narrados com minúcia, vivem apenas esperando o dia da morte. Uma delas para ir pro céu, a outra pro inferno.

A mãe de Esmeraldino (um dos personagens principais do livro) D. Guida, é o protótipo das carolas de Natal. Vivem para fazer de seus filhos padres, acham que a bebida é a porta de entrada do inferno e não conseguem ser nenhum pouco carinhosas. Não me admira que Esmeraldino tenha tido o fim que teve.

Já Marionália, ou Madame Cibele, vive enterrada dentro de seu próprio tipo físico. Tipo esse que condiz com o meu e que se me deixasse infeliz como a pobre personagem seria a coisa mais fácil de mudar. Acho que a alma feminina poderia ser melhor retratada, principalmente por Nei, que é um autor que costuma usar pseudônimos femininos (conheço poucos textos, mas conheço muitas histórias). Acho que os personagens são carregados de rancor, e que poderiam ser menos "ruins", mas enfim.

Meu maior problema é de não saber quem diabos fez a tal cicatriz e o que havia nela. Como a pessoa engole o livro atrás da resposta e simplesmente não encontra? Preciso entrar em contato com Nei e descobrir, pelo menos, o que tinha escrito. Pelo menos...

Um comentário:

Rouse disse...

Quando decobrir por favor me fale, pois devorei o livro a fim de saver o q estava escrito e nada...