Estamos dando mais um passo rumo à valorização profissional do jornalista no Rio Grande do Norte. Nesta terça-feira à noite (13/09, à 19h) vamos nos reunir no auditório do Sindjorn para discutir a pauta de reivindicações e as estratégias da campanha salarial 2011. Mas o que você tem a ver com isso?
Durante muitos anos assumimos sem problemas o título de pior piso salarial do país. Mas o ano passado a indignação de boa parte da categoria mostrou que não estamos dispostos a carregar esse título por muito mais tempo. É verdade que a grande mobilização só ocorreu realmente com um ataque absurdo dos patrões que, entre outras coisas, acabava com a folga semanal e a hora extra.
Pois bem. Já escutei muito entre nossos colegas: mas de que adiantou tanta movimentação se só conseguimos R$ 50? Na minha opinião, conseguimos muito mais que isso. Conseguimos ressuscitar o sentimento de categoria que há muito estava sepultado por nós. Por estarmos nos tornando cada vez mais uma classe de profissionais liberais e menos de trabalhadores assalariados, não sentíamos a necessidade de estarmos juntos.
Além disso, se for levar em consideração apenas o ganho financeiro, também é preciso destacar que alcançamos um reajuste maior que a inflação, com ganho real de 1%. O que pode parecer pouco aos olhos de quem ganha, se for comparado ao restante dos trabalhadores faz diferença.
Apesar de tudo, não estou querendo com isso dizer que a campanha tenha sido 100% vitoriosa. Infelizmente, pontos como o delegado de redação e o auxílio alimentação, que haviam sido colocados por nós no início da campanha como inegociáveis, não foram conquistados.
Acredito eu que a campanha 2010 tenha sido uma grande lição para a diretoria que está se propondo a fazer diferente, e para a categoria como um todo. Isso porque a campanha ganhou as ruas. Tivemos movimentações em vários sinais da cidade e percebemos o quanto as pessoas nos apoiariam. Por que não propor um boicote a determinado jornal impresso ou programa de TV? Precisamos agregar esse apoio ao nosso movimento. Tivemos faixas em jogos de futebol televisionados nacionalmente, e no Carnatal, com divulgação em sites nacionais.
Mas os patrões não estão para brincadeiras. Eles não querem sair como os vilões da história e fizeram nós mesmos abandonarmos a luta. Fizeram com que cada assembleia fosse reduzida, porque as negociações não caminhavam. A tática deles? Simplesmente empurrar as negociações com a barriga. Remarcar inúmeras vezes e nunca negociar na mesa de negociação.
Eu, pessoalmente, defendo a radicalização. Cada reunião remarcada, uma redação fechada.
E pra você, que assim como eu, abandonou a redação pra sobreviver, pense bem: a luta também é sua. Não estamos falando apenas de reajuste salarial, e sim de VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL. Um piso justo vai refletir em toda a cadeia produtiva. Seja para editores, diagramadores, fotógrafos ou assessores de imprensa. Participem!
Um comentário:
Belo texto. Farei o possível para ir. Eu sonho com o dia em que a profissão de jornalista se torne tão valorizada quanto a de um médico! É isso aí, bola pra frente e coragem!
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